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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Carta para a África

Oh África, terra de encanto, aonde chegastes?
Depois de tanto tempo trancada em navios sujos, maltratada pela avareza do homem branco, enfim aportaste neste Brasil. Sei que muito sofreste com os castigos e os trabalhos compulsórios impostos pelos homens brancos, mas hoje, se o Brasil é o que é, deve-se a você.
Trouxeste para cá, não apenas sofrimentos, mas todo um mundo de tradição, com suas danças, comidas, religião e novas palavras para a nossa cultura.

Você resplandece como o Sol e sua luta da esperança para aqueles que depois de anos, ainda sofrem carregando nos ombros as tiranias dos patrões.
Brilha, brilha África, brilha e leva essa magia que chegou às terras do um Brasil, para o resto do mundo, a fim de que todos te possam ver não apenas como uma terra sofrida mas uma terra que tem ainda muito para ensinar ao mundo.


Por: Juliana Pombo
Grupo 3

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A ÁFRICA QUE CHEGA AO BRASIL

O desembarque dos primeiros africanos na terra que mais tarde se chamaria Brasil aconteceu no contexto da expansão comercial europeia ao longo dos séculos XV e XVI. Os europeus conseguiram abrir novas rotas marítimas e entrar em contato com povos e regiões até então desconhecidas. Foi assim que os portugueses chegaram ao Brasil, em 1500. O contato com populações nativas foi se intensificando,  e em meados do século XVI, já estava em formação uma grande rede ligando a Europa, as Américas e a África.

O interesse que movia os portugueses era comercial, mas ao lado disso  trocas culturais também ocorreram.

Na África os portugueses encontraram reinos poderosos, cidades e redes comerciais. Nessas rotas de comércio, os portugueses aproveitaram para vender produtos da Europa e adquirir dos africanos produtos diversos, como ouro, marfim, couro, especiarias e escravos.  Antes da chegada deles já havia um comércio de escravos na África, mas esse comércio modificou-se bastante. Naquela época, havia uma crescente demanda por mão de obra para trabalhar nas Américas. Assim, o tráfico de gente passou a ser o negócio mais lucrativo da África.

Calcula-se que, entre o século XVI e meados do século XIX, mais de 11 milhões de homens, mulheres e crianças africanas foram transportados para as Américas como escravos. A maioria desembarcou em portos brasileiros (cerca de 4 milhões). Assim, nenhuma outra região americana esteve tão ligada comercialmente e culturalmente à África como esse país.

A migração transatlântica forçada foi a principal fonte de renovação da população cativa no Brasil, especialmente nas áreas ligadas à agricultura de exportação, como cana-de-açúcar. Diante das péssimas condições de vida e maus-tratos, a população escrava não crescia numa proporção menor que a população livre. Além dos que morriam, o tráfico funcionava para substituir os que conseguiam a alforria ou fugiam para os quilombos. Assim, havia necessidade constante de buscar mais africanos para trabalhar nos engenhos e nas minas.

Os europeus apresentavam justificativas religiosas e a ideia de que os africanos precisavam ser civilizados para justificar o tráfico negreiro. Na verdade, o tráfico fazia parte de uma grande cruzada contra os povos não católicas da África, mas antes de tudo era um grande negócio que movimentava riqueza nas duas margens do Atlântico.

                                           

A TRAVESSIA ATLÂNTICA      

Calcula-se que entres o século XVI e meados do século XIX, mas de 11 milhões pessoas foram levadas para as Américas como escravos. E desde esse momento, haveria uma ligação eterna entre o Brasil e África. As travessias entre a África e o Brasil eram longas, cansativas e totalmente desumanas, onde os escravos por vezes não resistiam e morriam por doenças, fome, sede, infecção e maus tratos, e nesse estado de calamidade os escravos permaneciam de dias até meses a espera que toda aquela carga chegasse ao seu destino final. E para melhor diferenciação de escravos por donos, eles eram cruelmente marcados com ferro quente no peito ou nas costas. Além da má alimentação os escravos eram acorrentados em um pequeno espaço com mais de 300 pessoas. Tratados como mercadoria, após a sua chegada os escravos eram expostos e vendidos nas cidades brasileiras, e dali eram distribuídos para as regiões mais distantes do litoral.
Muitos africanos morriam antes mesmo de deixarem o solo africano, devido às péssimas condições às quais eram expostos. Completado o número de escravos a serem transportados, os africanos eram levados para os navios negreiros onde eram submetidos a maus-tratos. As condições das embarcações eram precárias: para garantir alta rentabilidade, os capitães só zarpavam da África com número máximo de passageiros. Muitas vezes, aumentar o número de cativos implicava diminuir a quantidade de víveres disponível para cada um.
No interior dos navios negreiros, mudanças culturais significativas começavam a ocorrer. Ao longo da angustiante travessia, os cativos estabeleciam laços de amizade que geravam profunda solidariedade e verdadeiras obrigações de ajuda mútua. O tráfico terminou colocando em contato povos de diversos lugares da África, com culturas diferentes.  Daí se dizer que a África foi também redescoberta no Brasil pelos africanos. Ao desembarcarem em portos do Brasil, os africanos eram expostos à venda nos mercados das grandes cidades brasileiras e dali eram redistribuídos para regiões mais distantes do litoral. Ao chegar às fazendas e entrar em contato com pessoas de diversas partes da África e com gente nascida no Brasil, eles percebiam que para sobreviver seria preciso criar vínculos de amizade tanto com outros africanos como os brasileiros. Nesse contato influenciavam profundamente as formas de viver e sentir das populações locais.


                            


AS MUITAS ÁFRICAS QUE VIERAM PARA O BRASIL


O tráfico transatlântico promoveu o povoamento do Brasil com gente vinda de várias regiões do continente africano. A metrópole portuguesa adotou a política de misturar escravos de diferentes lugares e povos africanos para impedir revoltas, que se gerariam a partir da concentração de negros da mesma origem na colônia.  A origem dos africanos traficados dependia das conexões comerciais mantidas pelos traficantes portugueses, brasileiros e africanos.
No século XVI, os escravos trazidos para o Brasil vinham da região da Guiné. Mas, no decorrer daquele século até a primeira metade do século XVIII, os chefes políticos e mercadores da África Centro-Ocidental, em particular do território que hoje é ocupado por Angola, forneceram a maior parte dos escravos utilizados em todas as regiões do Brasil. Depois de 1815, quando os ingleses intensificaram seus esforços para acabar com o tráfico transatlântico, os traficantes do Rio de Janeiro concentraram suas operações na costa oriental.
O fato de morar numa mesma região, falar a mesma língua e pertencer a uma mesma nação foi fundamental para a sobrevivência de africanos no Brasil. Porém, isso não impediu que africanos vindos de lugares diferentes na África se relacionassem e criassem novas alianças. As adversidades da escravidão muitas vezes favoreceram a união de povos divididos na África por antigas rivalidades. A multiplicidade de povos com línguas e crenças diferentes fez do Brasil um espaço privilegiado de convergência de tradições africanas diversas que ainda hoje continuam.




O POVOAMENTO DO BRASIL ATRAVÉS DO TRÁFICO

Enquanto o tráfico de escravos continuava, as áreas importadoras do Brasil, cada vez mais recebiam mais escravos vindos da Angola. Normalmente, os traficantes subdividiam os africanos que chegavam ao Brasil de acordo com o porto de onde tinham sido embarcados na África. Pelo fato de passarem a morar numa mesma região, falar a mesma língua, mesmo sendo de diferentes lugares da África, foi fundamental os escravos poderem reconstruir todos os seus laços de amizades, famílias e comunidades.

Os muitos povos, as muitas colônias, as muitas culturas, religiões e idiomas foram se misturando e criando uma nova cultura que ligaria as varias partes da África em uma só totalmente concentrada no Brasil. E daí começou o povoamento do Brasil, e houve assim uma mistura que viria a se chamar depois de longos anos de cultura Afro-brasileira, pois, como dizia o padre Antônio Vieira, “quem diz açúcar, diz Brasil e quem diz Brasil diz Angola’’”.

A colonização do Brasil, não foi só uma obra dos portugueses, mas, sem a participação dos africanos, os portugueses não iriam conseguir, além de Portugal não ser um país não muito grande, naquela época a população de Portugal não era  suficiente para ocupar a colônia. E pela importação em massa de escravos, com isso os portugueses conseguiram defender e proteger de outras colônias, pois, saberiam que lá iriam achar matéria prima e especiarias.

Todo o trabalho árduo quem fez foi os índios ali escravizados e os escravos africanos, que ergueram cidades e portos, conheciam e conduziam os seus colonizadores há áreas desconhecidas. O tráfico não foi feito somente para escravizar africanos com a intenção de explorar as riquezas do Brasil, mas também africanizou e mudou toda a história do Brasil.


GRUPO:
Maria Manuela
Igor Radel
Nina Bahia
Matheus Valejo
Arthur Martinez